A novela “Escrito nas estrelas”, exibida pela Rede Globo às 18 horas, relata uma história de cunho espírita, haja vista que aborda temas como reencarnação e vidas passadas. Nela, os personagens principais, Vitória e Ricardo, estão se reencontrando nessa encarnação e nos últimos capítulos declaram-se um ao outro, iniciando o romance. Contudo, o maior opositor para esse romance é o personagem Daniel, o filho de Ricardo que foi morto no primeiro capítulo e que é apaixonado pela protagonista, demonstrando sua obsessão por ela e impedindo sempre os dois de ficarem juntos.
Além disso, outros temas mais comuns rotineiros são tratados, como o apreço pelos bens materiais, a cobiça pelo que é do outro, o divórcio e o emocional dos filhos nessas situações, a ilusão/desilusão acerca do pai herói, enfim, temas que transitam entre o que é considerado certo e errado.
Mesmo apresentando essência espírita, essa telenovela tem sido assistida e comentada pelo público em geral, despertando grande interesse. Entretanto, podemos observar que o público não é muito diferente do que assiste às “novelas das seis”, geralmente mulheres, crianças e jovens. Sendo assim, as propagandas veiculadas ao horário comercial dessa novela visam justamente a esse público, destacando-se principalmente a alimentícia, de roupas, produtos de beleza e produtos para a casa. Como a personagem principal se transformou ao se produzir e usar produtos de beleza, de certa forma, isso incentiva o público a adquiri-los, pois também poderia acontecer o mesmo com ele.
Como já mencionei acima, fica claro que há uma oposição entre os personagens “bonzinhos” e os “injustiçados”, contra os “malvados”, sendo que estes sempre “se dão mal” no final e o público torce para isso. Ainda podemos identificar, de certo modo, a história da Cinderela presente em contos de fadas, uma vez que Vitória era uma garota rude, simples, moradora da favela, e é amparada por Ricardo, um milionário, que se apaixona por ela e supre suas necessidades materiais e emocionais. É, mais uma vez, a presença da fantasia, do faz de contas, em que o telespectador se aliena, achando que o mundo é cor-de-rosa e que tudo é possível como em um passe de mágica, sem que faça nada para alcançar seus objetivos.
A personagem Vitória, mesmo não apresentando boas maneiras e etiqueta, era admirada pela maioria das demais personagens, a não ser duas mulheres, mãe e filha, que se julgam superiores e só pensam em dinheiro.
Pude notar, ao fazer minhas pesquisas, que essa novela tem tido grande aceitação popular, mesmo daqueles que não são espíritas. Ultimamente, filmes e novelas com esse cunho têm chamado muita atenção do público, estando cada vez mais frequentes na mídia. Entretanto, eu mudaria alguns pontos, porque, como eu sou espírita, vejo que muita coisa não é fiel ao que acreditamos, sendo mera fantasia e fruto da falta de pesquisa.